quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Para neurocientista, ensino musical pode ajudar a diminuir o vácuo acadêmico que existe entre pobres e ricos

Segundo um estudo de mais de duas décadas da Northwestern University, dos Estados Unidos, ensinar música para crianças aumenta a capacidade de comunicação, atenção, memória, leitura e o desempenho acadêmico.

A neurocientista Nina Kraus, líder da pesquisa, acompanha grupos de crianças que fazem parte do Harmony Project, iniciativa sem fins lucrativos que oferece, gratuitamente, instrumentos e instrução para jovens que vivem em áreas de baixa renda, desde que prometam continuar na escola.

Elementos como timbre, tempo e tom facilitam leitura e interpretação de texto
Em artigo publicado neste mês, a pesquisadora apresenta um recorte da pesquisa com algumas das informações colhidas, desde agosto de 2011, com uma turma de 60 alunos, de 6 a 9 anos de idade, em que apenas 29 tinham contato com a música.
Segundo ela, alguns dos principais elementos da música, como o timbre, o tempo e o tom, foram fundamentais para que essas crianças – os 29 – desenvolvessem, mais rápido que as outras, habilidades de leitura, interpretação de texto e comunicação. “Os alunos que estudam música têm muitos benefícios em relação ao desenvolvimento da linguagem, da fala e da memória de trabalho auditiva”, explica Kraus.

Memória de trabalho auditiva é o nome que se dá àquela que é responsável, por exemplo, pelo armazenamento e organização das últimas palavras lidas de um texto e, por consequência, sua interpretação. “Fazer música exercita essa memória. Para afinar um instrumento, por exemplo, é preciso lembrar o som da nota. Para improvisar, é preciso lembrar do tema e do ritmo. Para aprender uma música ‘de ouvido’ é preciso exercitar essa memória que lida com a sequência”, diz.

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